Depois de um buzinaço em São Paulo, em abril, e um protesto na Avenida Paulista, no começo de junho, os motoboys de todo o País vão parar em primeiro de julho em um protesto pedindo melhores condições de trabalho em meio a pandemia do Covid-19.
Dentre as reivindicações estão o aumento das corridas e da taxa mínima, seguro de vida e para roubos e acidentes, remuneração para compra de equipamentos de proteção individual, como máscaras e luvas.
Além disso, os entregadores pedem o fim dos bloqueios e desligamentos indevidos pelos aplicativos e o fim do sistema de pontuação, que delimita as entregas que o motoboy pode fazer.
Segundo relatos dos entregadores, a condição de trabalho piorou durante a pandemia, pois os aplicativos não estão dando suporte em relação aos riscos sanitários e, além disso, eles relatam o tempo gasto em supermercados para abastecer a população que está em casa.
Os motoboys pedem que a população faça a avaliação dos aplicativos com nota baixa e que nesse dia não sejam realizados pedidos, dessa forma, estarão colaborando com o protesto.
O Ministério Público do Trabalho emitiu nota técnica com medidas a serem tomadas pelas empresas de transporte de mercadorias, como o fornecimento gratuito de álcool em gel, lavatórios com sabão e papel toalha, espaço e serviço de higienização para os veículos e água potável para o consumo desses profissionais. Segundo motoboys, a distribuição não tem sido suficiente.
O projeto de lei apresentado pelo vereador do Rio de Janeiro e presidente da Comissão de Indústria e Comércio, Rafael Aloisio Freitas, foi aprovado semana passada. Esse projeto, que agora é lei, diz que os aplicativos de delivery de alimentos, como o iFood, Rappi e UberEats só poderão aceitar em suas plataformas estabelecimentos que possuem licenciamento sanitário e alvará de funcionamento.
Os aplicativos também deverão disponibilizar um link para que os clientes possam checar as informações dos bares e restaurantes.
O vereador explicou que esse projeto vinha sendo desenvolvido antes mesmo da pandemia, mas que agora se torna fundamental para a segurança de todos.
É um projeto que já vínhamos desenvolvendo antes da pandemia. Mas agora virou uma questão fundamental para a segurança alimentar de todos nós, que cada vez mais utilizamos as plataformas de delivery. Precisamos ter segurança de saber que a comida que estamos pedindo vem de um bar ou restaurante regulamentado
Caso a lei não seja cumprida resultará em uma multa de R$ 2 mil, podendo ser acululativa, em caso de reincidência.
Ferando Blower, presidente do SindRio (Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio), viu essa decisão com bons olhos. Pra ele, esse projeto é uma referência nacional, para questões não apenas de segurança, mas para valorizar os pequenos negócios do setor da alimentação fora do lar.
“Tenho certeza de que será implantado em centenas de municípios pelo país. É um projeto importantíssimo, que visa oferecer segurança alimentar para a população e que permitirá à Vigilância Sanitária encontrar e fiscalizar o comerciante. Fomenta a concorrência leal, entre negócios formais, de micro e pequenos empresários que pagam seus impostos e são fundamentais para o crescimento sustentável da cidade”
E para quem não é formalizado, os processos para obtenção do alvará e licenciamento são eletrônicos e não demoram.
Com o aumento das taxas de plataformas de delivery, a equipe Achou Gastronomia resolveu desenvolver uma forma na qual reúne entregadores e empresas, restaurantes. Dessa forma, você pode conseguir um delivery com um preço mais acessível.
Essa iniciativa visa ajudar os empresários da alimentação e os clientes com uma taxa menor, isso é, o empresário não precisa diminuir tanto sua margem de lucro, e o cliente pagará um preço mais justo por entrega. Além disso, os entregadores, não precisarão dividir o valor da entrega com nenhuma plataforma.
É importante salientar que a equipe da Achou Gastronomia não se responsabiliza por nenhuma parceria realizada entre as partes, e que o único intuito do portal é de compartilhar os contatos de estabelecimentos de alimentação e entregadores para que, assim, se firme um acordo beneficiando ambas as partes.
Mas qual o benefício em ter delivery próprio?
A equipe Achou Gastronomia acha válida toda forma legal de divulgação e venda dos serviços, seja pela plataforma de entrega ou pelo delivery próprio. A questão gira em torno das taxas.
Se por um lado, os aplicativos trazem maior visibilidade, pois acabam se tornando uma “vitrine”, mostrando o cardápio do estabelecimento, por outro, as taxas que os empreendedores pagam acabam sendo, por muitas vezes, altas, fazendo com que se torne difícil arcar com esses valores, principalmente no momento em que estamos vivendo. Muitos não conseguem ter nem mesmo, um lucro condizente com a taxa cobrada.
Então, ter um delivery próprio como plano alternativo é a mais viável das ações, pois a venda pode ser realizada por aplicativos gratuitos, como o WhatsApp Business. Esse aplicativo tem margem para que haja divulgação de promoções, cardápios, novidades, sem precisar ter custo adicional, não alterando a receita do estabelecimento.
Há duas formas de participar dessa ação da Achou Gastronomia, uma delas é respondendo um formulário, e a outra, é acessando a área de Empregos do portal.
Para o formulário: é bem simples de preencher e ajudará todos da cadeia de alimentação. Basta clicar aqui para preencher o formulário.
Para a área de Empregos do portal: você consegue cadastrar uma vaga no site, que ficará visível a quem acessar. Da mesma forma, se você está em busca de uma vaga, você pode se candidatar às que estão no ar. Dessa forma, os estabelecimentos podem cadastrar a vaga para um entregador ou achar um entregador para si. O mesmo vale para os entregadores: eles podem criar uma vaga ofertando seus serviços ou achar uma empresa que precise deles.
Já é um assunto recorrente aqui na Achou Gastronomia e na comunidade gastronômica a preocupação com o mercado da alimentação diante da pandemia COVID-19. Impossibilitados de funcionar de forma integral, com serviço de salão, os empreendedores estão desenvolvendo outros métodos em seus negócios para não pararem por completo nesta crise.
Confeitarias e cafeterias participam de campanha Apoie Um Restaurante com Nestlé e Stella Artois | Foto: Site da Campanha
Esse período de Páscoa que é tão esperado por consumidores e lojistas, pois a demanda é muito grande pelos produtos; se encontra em um momento histórico, com ruas vazias, lojas fechadas e casas sem ovos de chocolate. Da mesma forma os restaurantes, principalmente àqueles que trabalham com peixes e frutos do mar que são os mais consumidos nessa época pascoal, que antes eram locais de socialização e encontro, agora estão temporariamente fechados ou trabalhando somente com entregas.
Como já conversamos anteriormente aqui na Achou, o delivery se tornou o meio mais visível e eficaz de vendas durante a pandemia, principalmente quando falamos da implementação de plataformas online, uma vez que temos basicamente a internet para nos comunicar e ficamos cada vez mais conectados com o mundo externo por meio de um dispositivo móvel. Mas até que ponto o serviço de delivery dessas plataformas se mostra viável, mesmo, ao empreendedor?
Se por um lado, ele oferece a estrutura: o serviço de pagamento online e a maquininha de cartão que o pequeno empreendedor não tenha, assim como o próprio serviço de entrega com o motoboy licenciado diretamente pela plataforma; por outro, as taxas são muito altas e acabam por muitas vezes, tirando mais do que a margem de lucro do produto. Para pequenos e médios empreendedores, isso pode ser o fim da empresa, também.
Fonte: divulgação
No Ceará, a plataforma online iFood entrou em acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL) e reduziu suas taxas e anteciparam os pagamentos recebidos pelas vendas realizadas nos aplicativos, para que empreendedores de todos os tamanhos consigam arcar com as despesas durante esse período de quarentena do isolamento social, segundo informações cedidas por Vanessa Santos (consultora gastronômica do SENAC-CE e membro da Associação Cearense dos Chefs de Cozinha – ACC) em live no Instagram, com o Observatório Cearense da Cultura Alimentar (OCCA) na quarta-feira, 25. Mas para alguns órgãos, somente essas reduções não bastam.
Foi ao ouvir os problemas de alguns desses estabelecimentos que o empresário Felipe Lo Sardo e sua equipe decidiram criar uma opção para facilitar as vendas online do comércio. Lo Sardo é fundador e presidente da startup Goomer, especializada em digitalização de restaurantes e terminais de autoatendimento — com clientes como KFC, Spoleto e Jeronimo Burger.
https://www.instagram.com/p/B-ChoKsIPFr/
Em poucos dias, a empresa conseguiu colocar no ar a ferramenta GoomerGo, que permite aos estabelecimentos publicar seu cardápio online e receber pedidos de forma automática pelo WhatsApp. Com duas semanas no ar, a plataforma já atraiu mais de 2.500 estabelecimentos.
“A projeção é chegar a 10.000 já em meados de abril”
Diz Lo Sardo.
Todo o intuito da ferramenta é possibilitar que estes pequenos negócios, que não tinham operação online, possam vender pela internet de forma mais organizada — e não recebendo vários pedidos despadronizados no WhatsApp ou com cardápios pouco profissionais, como é comum em pequenos negócios.
“O cliente vai lá e pergunta se tem tal sabor, se pode trocar, quanto custa para adicionar um extra… Só nisso, o restaurante perde muito tempo. Na plataforma, na hora de fazer o pedido, já é possível checar todas essas informações”
A startup diz que, com o GoomerGo, consegue aumentar as vendas do estabelecimento em 20% na internet em relação ao uso comum e sem tecnologia do cardápio e do WhatsApp.
Não há um aplicativo da Goomer que reúne os restaurantes, como no caso de outras plataformas como iFood, Rappi ou UberEats. Para vender, o estabelecimento precisa divulgar o link de seu cardápio na Goomer para os clientes. Depois, o cliente faz o pedido de forma padronizada, com as ferramentas da interface da Goomer, adaptadas para cada restaurante. Por fim, a plataforma gera um texto no WhatsApp de forma padronizada, que o cliente envia ao restaurante.
Transferido o pedido para o WhatsApp, o cliente e o atendente do restaurante podem continuar conversando. A entrega fica por conta do próprio estabelecimento — como muitos não tinham essa estrutura, há casos em que o delivery é feito até por amigos ou parentes do pequeno comerciante, conta Lo Sardo. Tudo vale na hora de vender. Os estabelecimentos também podem usar o GoomerGo com a opção de retirada no próprio local. Se optar por essa modalidade, o cliente ganha um desconto.
Com as funcionalidades da nova plataforma, a Goomer conseguiu uma parceria com a cervejaria Heineken, que está incentivando os milhares de bares e restaurantes que vendem a cerveja a oferecerem os produtos online. A Heineken também vai patrocinar a divulgação dos cardápios na GoomerGo por meio de seu time de vendas.
“A plataforma GoomerGo surge como uma solução importante para os bares e restaurantes menores que muitas vezes não possuem nenhuma forma de e-commerce”, disse em nota à revista EXAME Jussara Calife, diretora de Trade On Premisse e Off Premise do Grupo Heineken no Brasil. O objetivo, diz a cervejaria holandesa, é ajudar os pequenos negócios a se manterem rentáveis em meio à pandemia.
Mesmo antes do começo oficial da quarentena, bares, restaurantes e outros pontos comerciais físicos já viam a operação ser amplamente reduzida. Em meados de março, a Goomer já notava queda de 25% nos pedidos em seus terminais físicos. O segmento de bares e restaurantes teve queda de 43,4% do começo de março até o dia 6 de abril, segundo dados da Cielo. A venda de bebidas alcoólicas também caiu 52% na segunda quinzena de março, de acordo com a Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe).
Tecnologia nos restaurantes
Lo Sardo e os colegas Rafael Laganaro e Daniel Wassano, co-fundadores e hoje também diretores da Goomer, começaram a trajetória no empreendedorismo em 2014. Naquele ano, criaram serviços de autoatendimento para facilitar check-in e check-out em hotéis — em meio ao auge do otimismo com o turismo no Brasil com Copa do Mundo daquele ano e as Olimpíadas de 2016.
A relação com os hotéis os fez se aproximar dos restaurantes nos locais. Foi no setor de alimentação que o trio percebeu que havia uma oportunidade para ajudar os espaços na digitalização. “Os restaurantes ainda não haviam feito mudanças de tecnologia para aprimorar seus processos, e viam a margem que era de 20% cair para 15%, 10%”, diz Lo Sardo.
A Goomer trouxe então processos como cardápio em tablets e celulares para o garçom, tornando os pedidos cerca de 30% mais rápidos. O fundador conta que muitos restaurantes tinham medo de, ao implementar a tecnologia, perder a humanização no contato com o cliente. “Com o uso, eles viram que, se o garçom gasta menos tempo anotando os pedidos, sobra mais espaço para um melhor atendimento”, diz Lo Sardo.
Depois do cardápio automatizado, a empresa lançou sua ferramenta mais conhecida até hoje, que são os terminais de autoatendimento. “Vimos que havia espaço também para melhorar as praças de alimentação, onde havia muita fila e atendimento ruim”, diz o presidente. Dentre os clientes das ferramentas de digitalização da Goomer, estão nomes como Madero, KFC, Gendai e Jeronimo Burger (neste último, todo o pedido é feito pelo próprio cliente nos terminais).
Plataforma da Goomer: vendas gratuitas pelo WhatsApp | Foto: EXAME
Com os dados que coleta com o autoatendimento, a Goomer quer cada vez mais ajudar os restaurantes a otimizar o cardápio e a relação com os clientes como um todo. “Ninguém mais acha bom ir a um restaurante e encontrar um cardápio com dezenas de opções que você nem sabe o que é. Ajudamos os lugares a conhecer o que de fato o cliente quer”, diz Lo Sardo.
A ideia de lançar uma ferramenta de contato direto com os clientes como a GoomerGo já existia antes do coronavírus, embora a empresa ainda não estivesse certa sobre qual formato usar. Mas o plano foi acelerado — e as dúvidas foram solucionadas — em meio à pandemia e pela própria demanda das empresas clientes.
A briga no mercado de refeições online, no entanto, está longe de ser fácil — e fez até a espanhola Glovo desistir do Brasil em 2018. Neste cenário, há espaço para brigar com nomes como Rappi, iFood e UberEats depois da pandemia? Lo Sardo afirma que em plataformas mais consolidadas de delivery, é difícil para os pequenos restaurantes se destacarem e conseguirem fidelizar um cliente em meio a tantas opções.
Na visão do fundador da Goomer, a maior vantagem do GoomerGo é possibilitar ao restaurante ou bar continuar mantendo contato direto com seu cliente via WhatsApp, sem depender somente da plataforma. “Eu te diria que, há algumas semanas, realmente não dava para brigar com outras ferramentas mais estabelecidas”, diz Lo Sardo. “Mas tudo mudou em 15 dias.”