Com a orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde) para manter um distanciamento social e restrição ao funcionamento dos estabelecimentos, o setor de bares e restaurante, não diferente dos demais, está sendo drasticamente afetado pela crise econômica causada pela COVID-19. Demissões e fechamento de empresas poderão acontecer em massa, visto que esses estabelecimentos não possuem fluxo de caixa suficiente para efetivar os pagamentos.
“O impacto vai ser imediato. As empresas operam com margens muito estreitas e não têm caixa, porque estamos vindo de três anos de crise. No momento em que essa empresa encerra atividades, ela não tem caixa para mais nada, e se ela não paga nada, não vai pagar aluguéis, impostos, banco, funcionários e fornecedores, que também têm funcionários e compram da indústria… Dia 5 tem folha de pagamento e vamos perceber claramente qual vai ser a situação.”
Disse o presidente do Sindicato de Bares e Restaurantes do Rio de Janeiro (Sindrio), Fernando Blower.

Segundo Fernando, o funcionamento restrito para Delivery e take to go, uma medida tomada para amenizar a circulação de pessoas, não é uma solução para problema é apenas um paliativo. Os restaurantes padrões têm o delivery como complemento de sua atividade. As empresas que irão sobreviver com essa medida são as que foram projetadas para tal, pois não têm um salão, um bar e nem garçons para pagar. Centenas de restaurantes vão preferir fechar as portas, porque as entregas não darão conta de custear todo o funcionamento.
No Ceará, plataformas online como o iFood, entraram em acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (ABRASEL) e estão reduzindo suas taxas para que empreendedores de todos os tamanhos consigam arcar com as despesas durante esse período de quarentena do isolamento social, segundo informações cedidas por Vanessa Santos (consultora gastronômica do SENAC-CE e membro da Associação Cearense dos Chefs de Cozinha – ACC) em live no Instagram, com o Observatório Cearense da Cultura Alimentar (OCCA) nesta última quarta-feira, 25.
O presidente do sindicato ainda afirma que o problema pode se agravar visto que os fornecedores de insumos passaram a cobrar o pagamento à vista, com medo de levar um calote.
E aí surge uma pergunta, qual estabelecimento, no meio a essa crise, tem dinheiro para pagar os fornecedores à vista?