Sabe quando uma ideia muito boa surge e falamos “como não pensei nisso antes?”. É o que se passa na cabeça dos nordestinos desde que a Pardal lançou o picolé de Cajuína São Geraldo no dia 14 de Janeiro.
Para saber mais sobre esse “rebuliço todo”, como diriam os nordestinos; nesta última quinta-feira, 16, conversamos com a Engenheira de Alimentos, Cinthia Rebouças, criadora do sabor de picolé que deu o que falar desde o seu lançamento.
Trabalhando na empresa de picolés Pardal há 10 anos, a Engenheira de Alimentos dividiu com a equipe Achou Gastronomia como foi toda a experiência e o desenvolvimento do picolé que carrega consigo tantas memórias e tanto da cultura nordestina.
Na Pardal, no início do ano, há reuniões em que as equipes se unem para definir futuros sabores de picolés; e em uma dessas reuniões, no início do ano passado, foi lançada a ideia de Cinthia em fazer um picolé com o sabor do refrigerante São Geraldo.
Mas qual a fagulha geradora dessa ideia? Perguntamos à engenheira, que respondeu:
Não foi um processo fácil. Foram realizados 18 testes até que o produto chegasse no ponto certo; além disso, o xarope foi desenvolvido especialmente pela São Geraldo para a produção do picolé pela engenheira de alimentos da empresa de refrigerantes, Katiana Feitosa, juntamente ao químico Edson Bezerra. Tudo para que o objetivo fosse atingido: “sentir a cajuína na primeira mordida do picolé”.
Foram aplicados testes de análises sensoriais do produto à equipe da Pardal e à equipe da São Geraldo, para que o produto chegasse ao sabor desejado. Quando atingido o objetivo, o picolé foi levado como projeto piloto para produção industrial, pois até então estava sendo feito de forma manual, em laboratório.
O produto foi finalizado em dezembro de 2019, mas foi decidido que seria lançado apenas em janeiro de 2020, pois daria tempo de as embalagens chegarem e a época do Natal passar. Toda a identidade de marca do picolé foi desenvolvida por Nelson Rocha e foi pensada estrategicamente para que à primeira impressão, o produto já fosse identificado visualmente como o refrigerante São Geraldo.
Quando perguntada sobre a maior dificuldade em relação à estrutura do picolé, Cinthia disse que “o sabor era o ponto chave”, pois para ela, esse foi sempre o maior desafio, fazer com que o consumidor, na primeira mordida, tivesse aquele impacto inicial e pensasse “meu Deus! É o mesmo que estar bebendo São Geraldo”.
Embora seja quem idealizou o sabor do picolé, por várias vezes Cinthia mostra a importância de falar que não foi um produto desenvolvido só por ela, mas por toda a sua equipe laboratorial e de produção da Pardal, que a ajudou muito, assim como a equipe da São Geraldo, Katiana e Edson.
Mesmo com toda a repercussão e a procura, a maior aprovação, para Cinthia, foi da sua sobrinha Beatriz, que ao provar o picolé, sem saber do que se tratava, disse “Eu não acredito, tia Cinthia! Eu to sentindo o gosto de São Geraldo!”. Os sobrinhos de São Paulo ainda não provaram.
Falando sobre a reverberação do caso, Cinthia compartilha com nossa equipe, o espanto com a repercussão do picolé. A demanda foi tão grande, que as vendas, que só seriam iniciadas no dia 20, foram antecipadas.
Haviam sido feitos 33 mil picolés para o lançamento, e já no segundo dia, cerca de 15 mil haviam sido vendidos e/ou distribuídos somente para Fortaleza. No Cariri, as pessoas perguntam com a mesma intensidade sobre os picolés, mas estes só serão lançados lá na quinta-feira, 23.
A desenvolvedora do sabor conta com alegria, que desde o lançamento, não se fala em outra coisa nas redes sociais cearenses que não seja sobre o picolé de cajuína. A equipe, que havia criado um grupo no aplicativo WhatsApp desde o início da fabricação do produto, não para de compartilhar todos os posts e as mensagens sobre o picolé. “O marketing está com tantas mensagens, que não estão conseguindo dar conta”, conta Cinthia. A demanda é tão grande, que no perfil de Instagram criaram um Story Destacado somente com as perguntas mais frequentes sobre o picolé, como revenda, onde encontrar o picolé, entre outras.
Alguns estabelecimentos já estão criando até produtos com o picolé, como é o caso do Bulls Beer House que criou a caipilé de São Geraldo, que seria o famoso drink caipirosca com o picolé pardal em sua composição. Mas a alegria é algo muito sutil, não é mesmo? O picolé é de edição limitada e só pretende-se manter em venda por seis meses. Então é melhor garantir logo o seu estoque particular. Os picolés podem ser encontrados em lojas da Pardal, supermercados, pela plataforma iFood, e em restaurantes e serviços de alimentação parceiros.
Para a equipe Achou Gastronomia, o picolé foi um produto sensacional que se tornou um case de marketing e vendas no mesmo dia em que foi lançado, mas que partiu de uma memória afetiva de uma comida, e talvez por isso, tenha tido tanto sucesso: ele falou a mesma língua que a cultura e identidade dos cearenses de todas as idades.
Muito bom conteúdo e explanação, passando pelo seu blog para conhecer mais seu trabalho, muito obrigado por compartilhar.